Ações da Nike disparam após balanço com aumento de 17% na receita

As ações da Nike tiveram alta de 10% nesta quarta-feira (21), com picos de 15% ao longo do dia, à medida que os investidores minimizaram a pressão sobre as margens da gigante de roupas esportivas e se concentraram nos esforços da empresa para resolver os problemas de estoque que afetaram os negócios nos últimos trimestres.
Pelo menos 15 corretoras elevaram seus preços-alvo para as ações da fabricante de material esportivo depois que a empresa divulgou resultados trimestrais melhores do que o esperado na terça-feira (20), beneficiando-se de descontos mais altos e forte demanda na América do Norte.

“O desempenho da Nike no segundo trimestre prova que a marca continua forte, os impulsionadores de margem estão intactos e a demanda global está saudável”, disse Randal Konik, analista da Jefferies, que estava entre os mais otimistas e aumentou seu preço-alvo para US$ 140.
Em setembro, a empresa informou que seus estoques aumentaram 44%, para quase US$ 10 bilhões no final do primeiro trimestre, e alertou para margens mais fracas, alimentando temores em todo o setor de que os consumidores estivessem cortando gastos discricionários devido à inflação.
“Acreditamos que o pico de estoque ficou para trás, pois as medidas que estamos tomando no mercado estão funcionando”, disse o presidente-executivo da Nike, John Donahoe, em uma teleconferência na terça-feira.
Enquanto os níveis de estoque no final do segundo trimestre caíram cerca de 3% em relação ao trimestre anterior, as margens caíram 300 pontos-base devido a maiores promoções e descontos.

Ainda assim, o declínio foi menor do que o esperado, segundo analistas, também graças a novos produtos com preços mais altos, como o LeBron 20s e os tênis Nike Mercurial.
“A Nike ofereceu promoções, mas, ao mesmo tempo, também impulsionou novos produtos sem recorrer a promoções”, disse Jessica Ramirez, analista da Jane Hali & Associates.
As vendas da Nike na América do Norte aumentaram 30%, enquanto na China, onde o negócio estava se recuperando dos lockdowns, caíram apenas cerca de 3%, após uma queda de 16% no primeiro trimestre.
“Vemos a Nike como uma ação discricionária obrigatória em (2023)”, disse o Credit Suisse.
As ações da empresa, que caíram cerca de 38% este ano, atingiram uma alta de seis meses de 119,18 dólares no início do pregão.